Embora ainda existisse amor, admiração, carinho, e a construção de todos os sentimentos que nutriam a nossa relação… Eu precisei te deixar ir, te soltar, para poder me reencontrar.
Isso parece ser contraditório… deixar-te ir mesmo te querendo com toda a força do meu amor, da minha paixão, do meu delírio, e da minha alma.
Porém, durante todo esse tempo em que estivemos “juntos,” puder perceber/entender que somente o meu amor não seria o suficiente para te manter junto à mim.
E não adiantaria mais eu tentar segurar alguém que já tinha se esvaido. Assim como a água esvai-se por entre os meus dedos, você, a pessoa que eu tanto amava se foi… sem dó nem piedade.
Com você fui amor, paixão, fui o céu estrelado, a mais linda noite de luar, que me fazia sentir a doce magia do que é amar.
Com você fui a primavera com o seu suave perfume que exalam das flores.
Fui sol, tempestade, calmaria, fui a noite fria do mais denso inverno.
Com você, vivi do avesso, despir a minha alma, e nesse desnude, você foi a marca mais bonita que ainda existe em mim
Porém, tive que deixar-te, sabe por que?! Porque você não me pertencia mais, já havia ido há muito tempo, mas eu, na minha ingênua insensatez por querer-te tanto te mantia aqui dentro de mim, na esperança que em meu maior delírio você permanecesse junto a mim.
Mas, foi nessa loucura por tentar te encontrar, que pude abrir os meus olhos para a mais dura das realidades.
Você, a quem eu tanto amei não estava mais aqui.
Para você, eu já não representava mais NADA! Pois, você já havia me deixado.
Foi insano esse sentimento, todo esse querer, porque para você, não era o suficiente.
Mas, quero que saiba, hoje respiro aliviada por todo esse querer que se transformou no meu trampolim para o meu amor-próprio, para a minha libertação, minha luz, a minha força interna que hoje faz-me uma pessoa segura de si.
Obrigada por me tornar essa mulher que sou hoje. Pois, foi na minha busca incessante por te encontrar que as janelas dos meus olhos se abriram, e eu dei de cara comigo. E sabe, devo tudo isso a você.
Eu te deixei partir.
Obrigada!
Pois, você se foi, mas, eu permaneci.